Esta alternativa de embalagem plástica pode ser compostada em um ano

Matt Burgess

Todos os anos, as pessoas no Reino Unido deitam fora cerca de 96 mil milhões de embalagens plásticas – uma família média deita fora 66 peças por semana. Quase metade desses resíduos de embalagens acaba sendo incinerada, enquanto um quarto é enterrado em aterros sanitários, de acordo com uma pesquisa de maio de 2022 da Everyday Plastic e do Greenpeace. A escala do desperdício é difícil de compreender.

“A crise dos plásticos pode ser assustadora”, afirma Insiya Jafferjee, CEO e cofundadora da empresa de embalagens Shellworks. Falando no WIRED Impact em Londres em novembro, Jafferjee disse que mesmo pequenos pedaços de plástico aparentemente simples – como colheres incluídas nas embalagens de fórmulas para bebês – resultam em centenas de milhões de pedaços de plástico todos os anos. A Shellworks foi criada para começar a diminuir a quantidade de embalagens plásticas que são jogadas fora. Para isso, Jafferjee e o cofundador Amir Afshar desenvolveram um material totalmente compostável que pode ser usado para embalar mercadorias.

Chamado de Vivomer, o material da empresa é criado a partir de micróbios encontrados no solo e em ambientes marinhos e pode ser moldado em potes ou recipientes sólidos, bem como em produtos mais flexíveis. “O problema, ou o benefício disso, é que se você jogar este frasco fora, os mesmos micróbios no solo e no ambiente marinho irão vê-lo, reconhecê-lo essencialmente como seu alimento e decompô-lo”, diz Jafferjee.

A embalagem não necessita de nenhum ambiente especial para se degradar: Pode ser compostada em casa ou em compostagem industrial. Se um produto Vivomer for jogado fora junto com o lixo comum, diz Jafferjee, ele ainda se degradará e não produzirá nenhum microplástico no processo. Dependendo do tamanho da embalagem, pode levar entre um ano e cinco anos para se degradar.

Jafferjee disse ao WIRED Impact que desde que a Shellworks foi fundada em 2019, ela enfrentou vários desafios. Ao criar sua prova de conceito, a equipe trabalhou em um galpão e teve que utilizar maquinários que conseguiu obter gratuitamente. Então, na véspera da sua primeira grande entrega, um incêndio eléctrico dizimou as acções da empresa. Desde então, aprendeu a terceirizar a fabricação e começou a produzir produtos em massa.

O pedido mais significativo da empresa até o momento, diz Jafferjee, foi a recriação das embalagens dos produtos de cuidados da pele da marca de beleza Haeckels. No total, produziu mais de 300 mil itens Vivomer para 100 mil produtos, projetados para conter de tudo, desde cremes faciais e soros até óleos e pós esfoliantes. “Estamos tentando escalar”, diz Jafferjee. Para enfrentar a crise dos plásticos, é necessária escala.

Atualizado em 18/11/2022 às 05h55 horário do leste dos EUA: Uma versão anterior deste artigo dizia incorretamente que os produtos Shellworks mencionados poderiam ser transformados em fertilizantes. Os tipos de produtos atualmente disponíveis na Shellworks também foram corrigidos.

Matt Burgess

Kim Zetter

Adriane So

José Invernos